O PLURALISMO COERENTE DA QUÍMICA MODERNA
GASTON BACHELARD
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Editora Contraponto
Área QUÍMICA
Idioma Português
Número de páginas 212
Edição 1ª ED 2009
ISBN 9788578660147
EAN 9788578660147
Gaston Bachelard (1884-1962) dispensa apresentações. É o pai da epistemologia contemporânea. Dele, a Contraponto já publicou A formação do espírito científico, sua reconhecida obra-prima, Ensaio sobre o conhecimento aproximado, sua tese de doutoramento, e Ensaios, quatro artigos fundamentais reunidos por Georges Canguilhem. Dando prosseguimento à publicação de todas as obras epistemológicas do mestre, químico de formação, entregamos ao público leitor de língua portuguesa este Pluralismo coerente da química moderna, de espantosa erudição. Não é exatamente uma história da química, diz Bachelard. Corresponde mais a um ensaio de filosofia química. Tem razão. Todos os argumentos se baseiam em fatos históricos, mas a tese central é de natureza filosófica: a química se desenvolve oscilando permanentemente entre o pluralismo e a redução da pluralidade. Multiplica as substâncias, mas sempre busca um princípio de coerência entre elas. Bachelard começa ressaltando a diversidade dos fenômenos químicos, para em seguida mostrar como pouco a pouco se estabelece ordem nas observações. As classificações se tornam cada vez mais racionais: Introduz-se sempre mais pensamento na experiência, sempre mais luz racional no empirismo. Nisso, Mendeleev é a principal referência: Se os Lavoisier e os Dalton ajudaram a distinguir os elementos químicos, destacando suas características qualitativas e ponderais singulares, Mendeleev entreviu uma doutrina geral das qualidades particulares e preparou a harmonia das substâncias. A química matemática prosseguiu o trabalho. Em breve, diz profeticamente Bachelard, será pela filosofia da matemática que se deverá abordar a filosofia da química. Encontrar-se-ão razões de conveniência matemática para explicar a afinidade das substâncias. [...] A matemática moderna é, de fato, tanto a ciência da ordem quanto a ciência do número. Precisamente por isso, ela pode estudar os problemas de combinações, de arranjos, de grupos. [...] O filósofo pode resumir essa tendência da química matemática em um único enunciado: a qualidade se ordena. O dado experimental conduz à idéia de diversidade, enquanto a regra unifica. Em seguida, a variedade se recompõe pela descoberta dos aspectos particulares, das exceções, dos detalhes. Assim, o pensamento filosófico e científico se move numa dialética que vai do diverso ao uniforme e do uniforme ao diverso. Diante dessa contínua reviravolta, é perda de tempo, diz Bachelard, propor um problema de origem: pouco importa que o conhecimento comece pela apercepção do diverso ou pela constituição do idêntico, pois o ele não se detém nem no diverso nem no idêntico. César Benjamin Aí está toda a filosofia de um empirismo ativo, bem diferente da filosofia do empirismo imediato e passivo que toma a experiência de observação como juiz. A experiência já não profere julgamentos sem apelo; enquanto ela se recusar a sancionar a nossa expectativa, apelamos para uma nova experiência. A experiência já não é um ponto de partida, nem mesmo um simples guia; é um objetivo. [...] Como não ver que é o abstrato que prolifera na teoria química moderna? Como não reconhecer o privilégio do vínculo matemático para coordenar uma imensa área de experiências?