TRÊS FORMULAÇÕES DO OBJETO DA METAFÍSICA DE ARISTÓTELES
SUSANA DE CASTRO AMARAL VIEIRA
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Editora Contraponto
Área FILOSOFIA
Idioma Português
Número de páginas 206
Edição 1ª ED 2008
ISBN 9788578660062
EAN 9788578660062
"Se é preciso filosofar, é preciso filosofar; se não é preciso filosofar, também é preciso filosofar. Pois, se a filosofia existe, todos estamos de alguma forma obrigados a filosofar, dado que ela existe. Mas se não existe, estamos obrigados a investigar por que não existe. Investigando, filosofamos, pois investigar é a causa da filosofia."
A passagem é de Aristóteles (384/383 322 a.C.), o maior filósofo da Antiguidade. Ingressou muito jovem na Academia de Platão, que reunia estudiosos de todo o mundo grego, e lá passou vinte anos. Educou Alexandre, o maior estadista de seu tempo. Depois se dedicou ao Liceu, seguindo o modelo platônico de amizade e liberdade para os alunos, sempre com as portas abertas, com um lugar - o perípatos - destinado a caminhadas em grupo.
Depois de sua morte, sua biblioteca pessoal ficou com Neleu, que a levou para a cidade de Scepse, onde permaneceu longamente esquecida, felizmente guardada. Cerca de trezentos anos depois, Andrônico de Rodes organizou em um só livro um conjunto de rolos de papiro, até então autônomos, e os intitulou Metafísica, palavra que o próprio Aristóteles nunca empregou. Preferia "filosofia primeira" ou "teologia", em contraposição à "filosofia segunda" ou "física". Metafísica passou a designar, desde então, a tentativa filosófica de transcender o mundo empírico e alcançar a realidade metaempírica.
O platonismo é o núcleo em torno do qual se constitui a especulação aristotélica, que o ultrapassa. Ao conceber um mundo das ideias separado do mundo sensível, Platão inaugurou a questão central de toda teologia: como pode o separado ser causa? Aristóteles superou essa antinomia, transformando as ideias em causas formais imanentes às coisas, mas não renunciou à transcendência. Propôs uma inteligência transcendente, um primeiro princípio eterno, imóvel, ato puro, sem potencialidade e matéria, vida espiritual, pensamento do pensamento. Impassível e inalterável, esse ente não tem dimensão, carece de partes, é indivisível. Reintepretada muito depois por Santo Tomás de Aquino, tal formulação penetrou profundamente na teologia cristã, e a Metafísica de Aristóteles tornou-se um marco definitivo de toda filosofia.
Em diferentes partes de sua filosofia primeira, Aristóteles diz que procura as causas e os primeiros princípios, analisa o ser como ser, investiga o Deus suprassensível e examina a substância. São quatro definições da metafísica. Neste livro, Susana de Castro estuda as três primeiras. Em "A teoria aristotélica da substância", também publicado pela Contraponto, concentra-se na quarta definição. Lidos em conjunto, "Três formulações..." e "A teoria aristotélica..." propõem uma fecunda reinterpretação desse livro fundamental.
César Benjamin
"Três formulações do objeto da Metafísica de Aristóteles" é um livro que pode ser útil tanto a quem está se aproximando agora do texto aristotélico, quanto ao estudioso que já faz da obra de Aristóteles o seu objeto de investigação. O estilo direto e objetivo, o grande conhecimento da literatura primária e secundária e as detalhadas argumentações, ainda por cima claras, fazem com que a obra possa alcançar públicos de diferentes níveis acadêmicos.
Fernando Rodrigues
Coordenador do Programa de
Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ