DISPOSITIVOS MÓVEIS NO ENSINO DE MATEMÁTICA
MARCELO BAIRRAL / MERCEDES CARVALHO (ORG)
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Editora Editora Livraria da Física
Área MATEMÁTICA
Idioma Português
Número de páginas 184
Edição 1A. ED. 2019
ISBN 9788578616083
EAN 9788578616083
OS AVANÇOS tecnológicos e matemáticos são tão antigos quanto os seres humanos, mas hoje em dia o ensino de matemática se esforça para acompanhar a velocidade das mudanças das tecnologias digitais. Para acompanhar essas mudanças a Educação Matemática precisa investigações contínuas para entender com aproveitar dessas tecnologias que atualmente fornecem ferramentas para a visualização e a comunicação de informações. À medida que o paradigma das atividades online muda do computador, seja desktop ou laptop, para o dispositivo móvel, é necessário que educadores pensem cuidadosamente como essa mudança tecnológica pode afetar potencialmente o aprendizado do estudante. Neste sentido é importante e urgente, este livro pois ele traz elementos novos para a literatura sobre a inserção da nova tecnologia de dispositivos móveis na Educação Básica e no Ensino Superior. Se olharmos as pesquisas em Educação Matemática não apenas no Brasil percebemos que há poucas investigações que focam nos smartphones e tablets, e seus aplicativos e softwares. Assim, essa organização de pesquisas contribui para preencher uma lacuna notável nos estudos em Educação Matemática. Nos nove capítulos - sobre a utilização dos dispositivos móveis - que este livro oferece a literatura em Educação Matemática e as contribuições de pesquisas se manifestam nos diferentes tópicos abordados. As investigações apresentadas variam dos anos inicias ao ensino médio, incluindo o profissionalizante. Estão voltadas para as licenciaturas e a formação matemática de professores. Quanto aos conteúdos exploram desde numeração à geometria e, em termos de processos matemáticos, abordam desde a composição de transformações geométricas até justificativas e argumentações matemáticas. 10 MARCELO ALMEIDA BAIRRAL & MERCEDES CARVALHO SANTOS (ORGS.) Além dessa diversidade de tópicos, níveis e preocupações matemáticas esta obra também fornece considerações teóricas e interdisciplinares. Por exemplo, como os dispositivos móveis proporcionam e aumentam a capacidade do ser humano de visualizar objetos e relações matemáticas o livro discute o processo cerebral dos seres humanos para formar, manipular, evocar e armazenar imagens. Devido aos diversos tipos de cálculos encontrados em uma disciplina técnica no ensino médio profissionalizante a discussão articula essa capacidade humana com uma investigação utilizando smartphones e múltiplas formas de numeramento que emergem. Um bom livro como este sempre causa reflexões. Lendo os capítulos e refletindo sobre a riqueza, aprendi, me estimulou a pensar sobre outras lacunas de pesquisas que investigadores possam estudar envolvendo dispositivos móveis, lacunas que precisam ser preenchidas. Entre elas gostaria de sublinear duas áreas que possam ser investigadas futuramente sobre o uso de dispositivos móveis na Educação Matemática. Um dos problemas de pesquisa tem a ver com a colaboração entre aprendizes e o outro com a possibilidade de aumentar a capacidade de professores de perceber e responder ao pensamento do estudante. Com base de uma perspectiva vigotskiana (Vygotsky, 1978, 1978/1930), o uso de tecnologia para a aprendizagem é certamente uma configuração social embora o aprendiz esteja interagindo sozinho com um dispositivo móvel. Mexendo com um desses dispositivos o estudante está em contato e dialogando com outros seres não presentes fisicamente, mas cujas ideias são representados no dispositivo. Uma outra configuração social pode envolver vários aprendizes interagindo com seus dispositivos móveis em um cenário em que eles estão colaborando para alcançar uma finalidade comum. A Educação Matemática precisa de mais pesquisas para entender como configurar um cenário educacional produtivo e para compreender quais são os conhecimentos que grupos de estudantes podem construir e que seriam difícil de se construir sozinho. Quando isso ocorre em um ambiente digital e colaborativo é o que Stahl (2006) tem chamado de grupo cognitivo. Sejam trabalhando em grupos ou sozinhos os estudantes tem momentos em que eles querem conversar ou precisam uma intervenção de um professor que não está fisicamente onde eles estão. Os dispositivos móveis possibilitam uma interação à distância, seja com um indivíduo ou um coletivo. Um uso de smartphones auxilia professores a desenvolver sua capacidade de ouvir e entender as ideias dos seus alunos, ajudando-os interagir sem estar fisicamente no mesmo espaço. Esse ramo de investigação é indicado por estudo como o de Chao, Murray, and Star (2016).